quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A ORIGEM DA PALAVRA VAMPIRO

Johann Heinrich Füssli O Pesadelo - 1782 A origem e formação da palavra “vampiro”, isto é, sua “etimologia”, é relativamente controversa, havendo várias “escolas” e vertentes acadêmicas de etimologistas sobre este ponto. Há aqueles que defendem a origem Turca, e dão à palavra turca “uber”, que significa “feiticeira ou bruxa”, como sendo a “raiz” de termo “vampiro”. Há aqueles que defendem a origem Grega, e dão como origem do termo vampiro a palavra grega “πι”, que significa “beber”. Outros defendem a origem Eslava do termo, e a palavra Sérvia “Bamiiup” teria dado origem aos termos Eslavos “upior”, “uper” e “upyr”; ou que tenha sua origem no termo Lituano “wempti”, que também significa “beber”. O termo “upir” aparece também no livro intitulado “Líber Prophetarum” de 1074 D.C.. Por fim outros defendem a origem Húngara da palavra vampiro, isto é, “vampir”. Esta corrente hoje é a mais desacreditada, pois o termo “vampir” é de origem muito recente, comparado aos outros já citados. A palavra “vampire” ocorre pela primeira vez na França em 1693 relatando casos de vampirismo na Polônia e Rússia assim como em uma consulta acadêmico/ religiosa à Sorbonne. Nas academias de ciências da Alemanha aparece em 1721, e na Inglaterra em 1679, embora seres com práticas vampíricas já sejam relatados na Inglaterra de 1190 D.C..
Isto é importante, pois não devemos confundir a palavra vampiro com a prática Vampírica! De fato, se existe algo em comum em todas estas teorias etimológicas da origem do termo “vampiro”, é que deve ter se originado em algum local no Leste Europeu. Porém isto não nos autoriza a dizer que só podemos chamar de “vampiros” aqueles seres praticantes ou que eram ditos praticantes de vampirismo nos mitos Eslavos, Romenos, Gregos, Sérvios, etc, e que seria incorreto chamar de vampiros os mitos que exibem práticas vampíricas entre outros povos e culturas, como os que ocorrem entre os Egípcios, Hindus, Assírio-Babilônicos, Árabes etc. Uma afirmação destas não tem o menor amparo antropológico! É o mesmo que afirmar que só podemos chamar de “magos”, os praticantes de magia da tribo dos “magos”, uma tribo que pertencia aos povos e cultura dos Medas, tribo esta que deu origem à palavra “magia” que atualmente usamos. A antropologia usa o termo “magia”, para os mais diversos povos e contextos culturais desde o passado arcaico às práticas modernas em todos os continentes, pois não podemos confundir, como já dissemos, a palavra com a prática... Assim, embora a palavra “vampiro” esteja intimamente associada às culturas que se desenvolveram no Leste da Europa, é antropologicamente correto usar esta palavra fora de seu contexto cultural, na medida em que tenhamos consciência que estamos descrevendo uma prática similar, no caso o vampirismo, e não dizendo que o mito do vampiro Romeno seja igual ao mito do vampiro Hindu. Os mitos e contextos culturais são diferentes, porém as práticas de magia e vampirismo entre estes povos e muitos outros são semelhantes... a ponto de nos permitir usar uma “palavra única” para indicar uma ação “única”, ainda que esta ação possa e deva ser interpretada e julgada de formas diferentes em povos diferentes. Assim o vampirismo na Romênia foi associado ao "mal" pelas autoridas cristãs do século XVIII, porém na Índia tais entidades são associadas a Kali e ao "bem" e por vezes até à santidade, pelas autoridades hinduístas. Ainda assim... ambas praticam a ação de vampirizar...sagradovampirico
BIBLIOGRFIA SUMMERS, Montague, Vampires and Vampirism, New York: Dover Publications, 2005. DUNDES, Alan, The Vampire, London: The University of Wisconsin Press, 1998.

Nenhum comentário:

Postar um comentário